Finanças e investimentos são assuntos interessantes? Não? E se falarmos de liberdade, independência e habilidades para a vida nos seus próprios termos?
Mulheres são historicamente educadas para economizar dinheiro, cuidar da casa e dos filhos, enquanto homens são educados para construir riqueza. A maior parte das mulheres nascidas no século passado cresceu para trabalhar por amor, e não por dinheiro. Não foram estimuladas a perceber seu papel na construção da riqueza, mesmo quando estão fora do mercado de trabalho.
De lá para cá, nesse aspecto, pouca coisa mudou: continuam recebendo menos que os homens nas mesmas funções e ainda arcam com a maior parte do trabalho com a casa e a família. Isso as leva, no ambiente de trabalho, a ter maior dificuldade em reconhecer seu valor, falar de dinheiro, realizar cobranças, reivindicar maior remuneração ou uma desejada – e merecida! – promoção. Segundo uma pesquisa da PwC ( PricewaterhouseCoopers), o valor do trabalho feminino doméstico não remunerado na Austrália equivalia, em 2017, a 565 bilhões de dólares – montante que representava, então, um terço da economia do país. Isso elas certamente não sabem.
O que percebemos é que os estereótipos de gênero acabam ceifando desejos das mulheres, antes mesmo que elas saibam que é legítimo o que querem: cocriar a narrativa dominante e pertencer a ela. Dinheiro é poder, e as mulheres podem e devem ter mais dos dois.
Muitas vezes a desigualdade começa na educação familiar. Quando a maioria simplesmente nega essa disparidade, quem pode transformar a situação? Eu diria que você, nós… O caminho é mais simples do que parece: aprender a gerar, acumular e investir dinheiro. Existem diversos sites de educação financeira, alguns voltados especialmente para mulheres. Aprender a dar mais valor ao seu trabalho, criar riqueza e autogerir a vida é um aprendizado, necessário e urgente!
BEBEL MONTENEGRO, Planejadora Financeira CFP®️, Mediadora de conflitos.
Tem formação em administração de empresas; com MBA em Finanças Corporativas, Pós Graduação em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais, com ênfase em psicologia econômica e arquitetura de escolha.
É docente certificada pela International Academy of Collaborative Professionals – IACP e pelo Instituto Brasileiro de Práticas Colaborativas IBPC. Membro do IBPC, da Associação Planejar e do Instituto Mediare-D'Accord.
Muito bom, muito obrigada por trazer essa provocava com uma visão esclarecedora! Aprender a gerar, acumular e investir dinheiro ainda é algo muito novo para nós, fomos ensinadas a pedir, gastar e se arrepender.