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Saladas: vivas! - Sandra S.

Queremos sempre o melhor, em tudo. Entre outras coisas, buscamos comer as melhores saladas do mundo. As mais frescas, as mais saudáveis, as mais nutritivas. Saladas que valem até por um bifinho. Sem ofensa.


Saladas feitas de um mix de folhas e queijo, seja de cabra, búfala, ovelha ou vaca, para quem não é vegano ou ideológica e geneticamente avesso ao leite e seus derivados, é um prato completo. E combinam também (ou tão bem?) com frutas: figo, maçã, pera, mamão verde, manga, uva, cereja. As combinações são infinitas e muitas vezes surpreendentes.


A de laranjas com cebola roxa e azeitonas pretas é deliciosa, e é de uma simplicidade quase constrangedora.


A de folhas com maçã verde e queijo de cabra, vinagrete de amora…bom, essa depende do tipo queijo, da qualidade do azeite, do sabor da geleia de amoras que lhe serve de base…Mas não é sempre assim?


Sem esquecer as saladas de grãos, absolutas. A de couscous, a de triguilho, a de quinoa, em todas as versões, com frutas secas ou frescas, ervas, infusões.


O fundamental é não se desprezar a boa composição da salada e o esmero com que se faz a mistura dos ingredientes. Lembrar que os gestos são para a salada, não para a plateia…

Os mais atirados que se jogam em todas as propostas com doses generosas de entrega, assim como os mais comedidos, desconfiados de cada passo, todos estão convidados a experimentar o dom da mescla.


As folhas estão lavadas, frescas, crocantes?

Quem tem um secador de folhas sabe o valor de uma invenção! Quem não tem, paciência, vai enxugando num pano de prato limpo as folhas escolhidas, atento ao mix de cores, texturas e sabores. Não há nada pior do que salada molhada!

Feita a mescla de folhas, a gente faz o vinagrete: umas 3 colheres de vinagre, 9 colheres de bom azeite, pitada de sal, pimenta-do-reino moída na hora, o básico. E pra dar uma graça à salada, faz-se um “chèvre d’amour“. Explico: queijo de cabra fresco batido com suco de beterraba. Fica uma consistência de creme chantilly, rosa, espetacular!


Meu conselho, se é que alguém ainda dá ouvidos a conselhos: arrisque-se, sempre.

Se beterraba não é a sua raiz, nem cabra é seu queijo predileto, inspire-se nessa mistura e crie a sua. Só não vale optar pela monotonia. Não agora, que estamos todos dentro de um acelerador de partículas.



SANDRA S. é carioca, formou-se em letras (cup-rio), com pós em literatura brasileira (puc-rio), e direito (ucam-rio). na frança, fez dois estágios profissionais de confeitaria na école lenôtre. hoje, escreve, traduz e cozinha. biblioteca.culinaria@gmail.com @setecolheres




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